quarta-feira, 8 de junho de 2011

Redescobrir, reinventar, renascer

 
Adria Norma Riedo

Encontro-me num período de redescoberta. Isso mesmo: redescoberta de mim mesma. De entender meu conteúdo, de compreender, de interpretar o que se passa aqui dentro.

Não é crise de meia idade, haja vista que não sei se minha vida apenas começou, se está na metade ou no fim. No fim, acredito que não, porque tenho tanto a aprender, tanto a descobrir, tanto a ensinar, tanto a contribuir, tanto a atingir, tanto a cumprir. E não sou de pensar e de, muito menos, esperar esse tipo de “fim”.

É um momento que se assemelha a uma depressão, mas não é!

Considero uma fase de introspecção, onde necessito me reencontrar – dentre tantas outras que já aconteceram em etapas diferentes desta jornada – para angariar forças. É uma reinvenção.

Reinvenção fundamental para novas trilhas e novas conquistas.

Conquistas primordiais para que a vida receba aquela recarga interior, onde tudo o que eu fizer de bom, de produtivo, resplandeça a mim e aos que me cercam, aqui se estabelecendo definitivamente.

Recarga de fé e de amor próprio.

Amor necessário para que tudo tenha um viço, um porque, uma causa positiva e consequências melhores ainda.

Tenho plena consciência de que para que tudo mude, eu tenho que mudar. Essa mudança começa aqui, comigo, totalmente internalizada. E é onde pega! Como mudar, na prática, se a grande maioria se beneficia com você da forma que é? E eis a outra pergunta que não quer calar: a grande maioria tem se favorecido, e você, ou seja, e eu?

Nesta passagem, precisamos do dinheiro para viver e sobreviver, para cumprir com nossos compromissos, para ter uma vida digna. Aqui, nada é de graça. Necessitamos de inteligência e bom senso para definir escolhas, superar obstáculos, assumir erros, comemorar vitórias. Mas como ter tudo isso de forma honesta, com vergonha na cara, com o devido reconhecimento, sem tirar nada de ninguém e sem implorar o que lhe é devido?

Por toda a minha existência, fui educada de forma a acreditar – e continuo acreditando – que o conhecimento angariado no decorrer da caminhada é seu maior tesouro, que é um bem que ninguém lhe tira. Também ouço frequentemente, modéstia à parte, que não conheço ou não aproveito o “poder” que tenho. Se uma pessoa lhe diz isso, é duvidoso... Entretanto, a sabedoria diz que quando são várias lhe alertando, aí tem, e está na hora de uma parada estratégica, a fim de profundas reflexões e mudanças efetivas de atitudes.

E confesso: estou cansada de perdas! Definitivamente, cansei de perder o que foi construído pelos meus avós, em seguida pelos meus pais, depois em uma relação de anos – e já me condenei demais por ter me permitido a isso – e outras e mais outras situações que não vem ao caso pormenorizá-las. Enfim, cansei! Quero e preciso virar essas páginas! É questão de merecimento! Se eu não me der esse direito, ninguém o dará!

Não sou de me lamentar. Tanto que descobri que o que me impede de prosseguir é, além do medo, o orgulho.

O medo, se bem dosado, faz bem, por uma questão de equilíbrio, de cautela. Em demasia, se torna uma trava, um grilhão, um peso insuportável.

O orgulho, em excesso, como tudo, afasta, repudia. Parece ascender, porém descende. E esse tem sido um defeito que tem me atrapalhado consideravelmente. Tenho que lidar com ele e reverter a realidade. Não quero que isso me pertença mais. Ao menos, da forma e na intensidade que tem se apresentado. Aqui, falta um equilíbrio.

Concluindo, tudo isso parece perda de tempo. Garanto que não é, não!

Afinal, todo renascimento é sinal de novos tempos, é começo – ou recomeço –, é um continuar de forma diferente – e, de preferência, melhor –, é um ressurgir, é um resgate intenso, é um resplandecer tal como o cheiro de orvalho, tal como o brilho do sol, tal como a luz da lua cheia, tal como a criança saudável que nos brinda intensamente quando chega a este mundo! E tem um sabor de vida inexplicável, que nos surpreende das formas mais inesperadas possíveis!

E é isso o que eu quero: uma nova mulher – intensa como sempre –, mas um ser humano renovado para mim e para vocês! E assim será! Estou certa disto!

Nenhum comentário:

Postar um comentário