sexta-feira, 4 de junho de 2010

Empreendedorismo na Escola


Defendo, mais do que nunca, de que nos dias atuais o empreendedorismo tem que ser incutido na criança desde a tenra idade, com ênfase ao assunto na escola. Muitos dos endividamentos que vemos junto ao público infantojuvenil – quando não adulto mesmo – são em decorrência do total desconhecimento de como lidar com o “só gasto de acordo com o que ganho”, pela ausência de limites de como usar corretamente o dinheiro, hoje habilitado pelo tão conhecido cartão de crédito – que se torna débito em nossa conta corrente.

Quando li o livro PAI Rico PAI Pobre, de Robert T. Kiyosaki e Sharon L. Lechter, percebi o tamanho de minha ignorância, do quanto estava alienada quanto a como e quanto ganhar – e não perder – dinheiro. Ao ler o capítulo “Para que alfabetização financeira?” me deparei exatamente com que já vinha constatando em anos de experiência – estudando, buscando conhecimento e trabalhando: os jovens têm saído da escola sem instrução financeira. Saem com alguns conhecimentos teóricos de matemática, mas sem qualquer habilidade financeira para a prática, para uso efetivo no seu dia-a-dia. Se conseguem uma colocação profissional, trabalham e são remunerados, entretanto, muitos deles se perdem em meio aos seus compromissos financeiros e não progridem. Segundo Kiyosaki, “o que falta em sua educação não é saber como ganhar dinheiro, mas como gastá-lo – o que fazer com ele depois de tê-lo ganhado. É o que se chama aptidão financeira – que você faz com o dinheiro depois que o ganhou, como evitar que as pessoas lhe tirem o dinheiro, quanto tempo você o conserva e o quanto esse dinheiro trabalha para você. (...) Uma pessoa pode ser muito instruída, bem sucedida profissionalmente e ser analfabeta do ponto de vista financeiro. (...)”

O empreendedorismo precisar estar aliado à educação. Afinal, a escola, desde o ensino infantil, está para formar cidadãos autônomos, independentes, com conhecimentos, habilidades e atitudes para a vida e, obviamente, para o mercado de trabalho cada vez mais agressivo.

Confesso que até um passado remoto, eu desconhecia o que eram metas, nem sequer sabia estabelecê-las. E ainda estou aprendendo.

O homem que não tem metas, não chega a lugar algum, principalmente quando não as institui em relação de como usar seu dinheiro – seja como pessoa física ou pessoa jurídica.

Empreender é criar, é ousar, é prever riscos, é planejar, é aplicar o que se criou, é monitorar ações estratégicas e avaliar resultados. Então, por que não aliar todos esses conceitos à prática na escola?

As crianças e os adolescentes precisam estar preparados para o hoje e para o futuro. O futuro de ontem é hoje! Não há tempo para se perder. O todo que se apresenta no nosso cotidiano é extremamente dinâmico e esses jovens necessitam estar preparados para a inserção no mundo corporativo e dar andamento aos seus projetos com rumos, com um “norte”.

De nada adianta concluir as etapas do ensino – infantil, fundamental, médio, superior – e apenas se levar um diploma. O aluno precisa levar cada vez mais conhecimento, que deve ser a teoria aliada à prática, formação com informações da vida real, do mercado de trabalho real.

Para tanto não se precisa de tanto! Para tanto faz-se necessário querer fazer, sensibilizar, aplicar e motivar. E a juventude que vem por aí, certamente, agradece! Então, defendo: empreendedorismo na escola! E pra já!

Este artigo, de autoria de Adria Norma Riedo, é da série elaborada para a coluna "Geração Empresa" do Jornal Tribuna Liberal, de Sumaré - SP, publicado em 25/01/2009.

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