sexta-feira, 28 de maio de 2010

A minha, a sua, a nossa crise financeira mundial


Devido à crise financeira mundial anunciada em 2008-2009, naquela ocasião redigi um artigo. Como crises vêm e vão – veja agora, em 2010, o que está acontecendo na Grécia – o assunto não deixa de ser atual. Portanto, sequencialmente aos demais, registro aqui o que consegui apreender lendo, assistindo, ouvindo especialistas renomados do segmento corporativo.

Há alguns dias, estava lendo as dicas semanais publicadas por Max Gehringer, Comentarista Corporativo e escritor, na Revista ÉPOCA. Num trecho, Max afirma: “Para entender a extensão da crise, é importante prestar atenção ao que nossos governantes dizem. E eles disseram em ordem cronológica: (a) o Brasil está blindado; (b) pode ser que sejamos levemente afetados; (c) de fato, a crise é mundial e ninguém está livre dela. Nesse ritmo, lá pela letra (f) o discurso fica indigesto.”

A grave crise global, segundo os especialistas, é um abalo financeiro que não se vê há mais de 60 anos. Quem acha que não será atingido – isto se já não foi – está meramente iludido. Quanto ao Brasil, o que se espera é que a avalanche nos tome no decorrer do todo o ano de 2009.

Também, há poucas semanas, participei de um “Encontro de Negócios Itinerante em Sumaré”, organizado pelo Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (CIESP). Na apresentação principal, o Prof° Dr. Salvador Raza, Consultor Internacional na área de Projetos de Inovação Tecnológica e Planejamento Estratégico, enfatizou que a crise mundial teve seu início com o sistema bancário e grandes empresas e, certamente, ainda estará atingindo as micro, pequenas e médias. Entretanto, as grandes se recuperam mais rápido do que as pequenas.

O profissional destacou a necessidade de se pontuar a energia consumida na empresa, mas não só a elétrica, e sim, a energia humana dispensada no processo como um todo. E, para isso, é preciso criar competências dentro do empreendimento, saber mapear e constituir um banco de dados (com redes de relacionamentos completas, com informações de cada empresário, de cada tipo de negócio, fornecedores, clientes, concorrentes) subsidiando, dessa forma, o processo de planejamento, controle e decisão.

Para a superação da crise, estratégias precisam ser estabelecidas, dando respostas às questões:
  • Minha empresa se baseia no relacionamento com o cliente?
  • Minha estratégia é estar 2 anos à frente (ou 1 ano à frente) que meu concorrente?
  • Minha estratégia tem custos abaixo do meu concorrente?
O empreendedorismo contemporâneo nos leva a identificar um problema – que se torna o desafio – a buscar a ideia, que deve ser analisada se é ou não “a oportunidade”. Perspectivas devem ser encontradas através do conhecimento e da prática, perguntas “certas” devem ser feitas, soluções devem ser desenvolvidas, determinando-se a escala do ótimo ao possível. Mesmo administrando incertezas, a chama tem que ser mantida acesa.

E é de conhecimento público que manter a chama acesa é um desafio e tanto considerando a elevação do desemprego, as quedas na exportação e importação, a contenção de despesas, a diminuição do consumo, o ressurgimento do “fantasma” da inflação, o aumento das taxas de juros – já exorbitantes em se tratando de Brasil. Enfim, o panorama da economia mundial é tal como um “surto psicótico financeiro”.

Mesmo assim, analistas ainda declaram que o Brasil não sofrerá uma recessão, mas certamente está começando a sentir uma desaceleração na economia. E não é só o Brasil, não! Ao final dessa crise, que já se torna histórica, se vislumbra um crescimento mundial num ritmo mais contido, com regras e normas financeiras mais sérias.

Sabe do que precisamos agora para sobreviver a essa turbulência? Sugiro equilíbrio, bom senso, confiança e atitude! Equilíbrio para planejamento, bom senso para avaliar o que é bom e o que é ruim para sua empresa, confiança para tomar decisões e atitude para continuar prosperando. Afinal, esta é a minha, a sua, a nossa crise financeira mundial. Não tem como e nem para onde fugir!

Este artigo, de autoria de Adria Norma Riedo, é da série elaborada para a coluna semanal “Geração Empresa” do Jornal Tribuna Liberal, de Sumaré – SP, publicado em 30/11/2008.

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